sexta-feira, 27 de abril de 2012

28 de abril, dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho: Manutenção precária das máquinas e equipamentos ainda provocam muitos acidentes graves e fatais no Brasil.


A OIT (Organização Internacional do Trabalho) estabeleceu o dia 28 de abril como o dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, desde o ano de 2003 vem promovendo globalmente a prevenção de acidentes e doenças no trabalho através do diálogo social e do esforço tripartite (governo, sindicatos patronais e de trabalhadores).

28 de abril de 1996 é a data que o movimento sindical iniciou o dia comemorativo em homenagem a memória das vítimas de acidentes e doenças ocupacionais. Desde então, ficou estabalecido o dia 28 de abril como o dia internacional comemorativo dos trabalhadores vitimados fatalmente e feridos no trabalho. Sendo organizado campanhas de mobilização nesta data pelos sindicatos.

No ano de 2003 a OIT se engajou neste evento global, reconhecendo o dia 28 de abril como de comemoração e celebração. Enquanto se homenageiam as vítimas incapacitadas e que pereceram por acidentes de trabalho, recomendações educativas são realizadas para que ações sejam tomadas pelos países e empregadores, com a finalidade de prevenir e eliminar os acidentes de trabalho.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Hoje 26 de abril é o Dia Nacional de Combate à Hipertensão

A hipertensão é uma doença que eleva a pressão nos vasos sanguíneos podendo comprometer órgãos importantes como o cérebro, coração e rim. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma das principais consequências da falta de controle da doença é a redução da expectativa de vida em 16 anos.


Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia(SBC) a hipertensão é uma doença silenciosa, por isso é muito importante tomar atitudes preventivas. O mais importante é a prevenção. Os hábitos saudáveis que a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda são dietas adequadas com pouca gordura e sal, realização de atividade física e as consultas periódicas.
Segundo a SBC, também é preciso evitar o consumo excessivo de álcool e abolir o tabagismo. De acordo com a SBC são dois hábitos que prejudicam o tratamento e potencializam o surgimento da doença.
Os trabalhadores Portuários e Aquaviários, como o restante da população, também devem ser acompanhados através dos exames médicos admissionais e periódicos de saúde ocupacional.  

segunda-feira, 16 de abril de 2012

100 anos da Tragédia do Titanic - Lição inesquecível da história da navegação

No começo do século XX, quem quisesse viajar entre a Europa e a América tinha que ser por navio. Antes de 1930, não existiam vôos comerciais que cruzassem o atlântico. As companhias de navegação competiam por clientes, então, o Titanic foi projetado para ser rápido, luxuoso e seguro, se possível.
No dia 14 de abril de 1912, o navio choca-se contra um iceberg e afunda. Sendo encontrado somente em 1985, a 4.000 m de profundidade,  por oceanógrafos americanos e franceses que utilizaram sonar acústico e o veículo operado remotamente ( R O V ), tecnologia muito utilizada hoje pela exploração e produção de petróleo offshore. Existiam no navio apenas botes salva vidas para a metade das pessoas a bordo, 705 delas sobreviveram, mas 1.503 pereceram no oceano gelado.      

sábado, 14 de abril de 2012

28 de abril. Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.

Segurança e Saúde na Construção Civil terão atos públicos em vários Estados do Brasil até 2013




As obras de reforma e construção dos estádios que receberão os jogos da Copa do Mundo de futebol no Brasil em 2014 e as grandes obras de infraestrutura atualmente em curso no país serão palco de 12 atos públicos que integram as atividades do Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho, criado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), em parceria com os ministérios da Saúde, Previdência Social, Trabalho e Emprego e a Advocacia-Geral da União.



O primeiro Ato Público pelo Trabalho Seguro na Construção Civil foi realizado no início deste mês nas obras de reconstrução do estádio do Maracanã, com participação ativa dos trabalhadores. Na abertura do evento, o presidente do TST e do CSJT, ministro João Oreste Dalazen, enfatizou a preocupação da Justiça do Trabalho com o crescente número de acidentes de trabalho no país, muitos ocorridos por falta de observação às normas de segurança. O setor da construção civil é o que apresenta maior número de acidentes fatais.

Veja a seguir as datas e os locais dos atos públicos a serem realizados entre março deste ano e fevereiro de 2013.

DATA LOCAL OBRA


28.03.2012 (4ª f.) NATAL/RN ESTÁDIO ARENA DAS DUNAS


28.04.2012 (sáb) BRASÍLIA/DF ESTÁDIO MANÉ GARRINCHA

07.05.2012 (2ª f.) CUIABÁ/MT ESTÁDIO DE FUTEBOL VERDÃO

14.05.2012 (2ª f.) SÃO PAULO/SP ESTÁDIO DE ITAQUERÃO

22.06.2012 (6ª f.) BELO HORIZONTE/MG ESTÁDIO MINEIRÃO

13.07.2012 (6ª f.) SALVADOR/BA ESTÁDIO DE FUTEBOL FONTE NOVA

03.08.2012 (6ª f.) RECIFE/PE SUAPE

17.08.2012 (6ª f.) FORTALEZA/CE ESTÁDIO CASTELÃO

21.09.2012 (6ª f.) PORTO ALEGRE/RS ESTÁDIO BEIRA-RIO

16.11.2012 (6ª f.) FOZ DO IGUAÇU/PR  ITAIPU

25.01.2013 (6ª f.) PORTO VELHO/RO HIDRELÉTRICA DE JIRAU

15.02.2013 (6ª f.) ALTAMIRA/PA  HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE


segunda-feira, 2 de abril de 2012

RISCOS DA PESCA E AQUICULTURA



Segundo a Organização Internacional do Trabalho - OIT, as atividades ligadas ao trabalho que mais causam mortes em todo o mundo são: a agricultura, a mineração, a construção e a pesca comercial. Por outro lado, a nova Norma Regulamentadora Rural (NR-31 do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE), contempla a aquicultura. Este capítulo, portanto, é dedicado a todas as atividades ligadas à pesca, quais sejam: pesca industrial, artesanal, esportiva e aquicultura.


É bom lembrar que existe uma norma específica do MTE para quem trabalha em grandes embarcações de cabotagem: aquelas superiores a 500 t AB (arqueamento bruto), a Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário - NR30. Para esses barcos é necessário, inclusive, a criação do Grupo de Segurança e Saúde no Trabalho a Bordo de Navios Mercantes - GSSTB.

O Brasil tem um potencial imenso para a pesca e aquicultura: extenso litoral (8.500 km de extensão), rios em abundância (o maior potencial hídrico do planeta), centenas de represas, açudes e clima favorável à atividade. As artes de pesca também são muitas: anzol, rede, currais, arpão e outras. O que atrapalha é a poluição das águas, principalmente por esgotos domésticos.

Infelizmente não existem muitos dados facilmente disponíveis, no Brasil, sobre a pesca industrial. Baseado no trabalho Análise Estatística de Acidentes com Barcos de Pesca (Carneiro, COPPE/UFRJ), reproduzimos a maioria das informações deste capítulo.

navio de pesca

Segundo o trabalho acima, a maioria dos acidentes ocorrem em barcos com AB < 20 toneladas, como o da foto ao lado. Esses acidentes resultam em elevado número de mortes e feridos, com média de 10 acidentes por ano, como ocorre na região pesqueira de Cabo Frio (entre Cabo Frio-RJ e Saquarema-RJ).

Nos últimos 3 anos, um em cada três acidentes com barcos de pesca, aconteceu nos 636 km de costa das águas fluminenses. No período 1995/97, entre Rio de Janeiro e Espírito Santo, o Primeiro Distrito Naval registrou 545 acidentes. No restante do País, no mesmo período, ocorreram 952 acidentes, com um total de 677 vítimas (501 mortes e 176 feridos), ou seja, para cada pessoa ferida em um acidente, outras três perderam a vida.

Causas dos Acidentes

Segundo o Centro de Ocupação e Formação Marítima de Bamio - COFM (Espanha, 1992), nos acidentes com barcos de pesca a nível mundial, 35% são atribuídos a falha material, 31% devido ao mau tempo, 17% a falha humana e 17% de causas desconhecidas. Dentre os acidentes causados pelo mau tempo, foram detectadas influências de fatores como a estrutura do barco, material empregado na sua construção e idade da embarcação.

No Brasil, as principais causas dos acidentes na pesca comercial e artesanal são as seguintes:

  • Condições do mar (ondas, quedas na água, visibilidade)
  • Condições do barco (oscilações, piso escorregadio, ruído)
  • Trabalho excessivo (durante o pico da faina)
  • Equipamentos e máquinas de alto risco

anzol

No trabalho feito sobre a pesca em Cabo Frio, as avarias nas máquinas e/ou apetrechos de pesca foram as causas mais frequentes de acidentes, entretanto, com baixo número de vítimas. Em segundo lugar, 2 outros tipos de acidentes: o naufrágio e o emborcamento, com 19 vítimas fatais e 32 feridos, no período de 1995/98.

Em termos percentuais, esses acidentes assim se distribuiram:

  1. Avarias em máquinas e apetrechos (60%)
  2. Naufrágio e emborcamento (15%)
  3. Deriva e encalhe (10%)
  4. Abalroamento (5%)
  5. Desaparecimento da embarcação (5%)
  6. Queda da tripulação na água (2,5%)
  7. Ferimento de tripulante (2,5%)

barco de pesca

No Primeiro Encontro Nacional sobre Segurança e Saúde na Atividade Pesqueira, reiterou-se a importância da exigência para todas as embarcações, do uso do GPS (posicionamento por satélite) a bordo, bem como a relevância de cursos sobre manutenção de motores e eletricidade e de como se deve proceder em casos de incêndio a bordo e os mais importantes primeiros socorros. São questões simples que poderiam em muito amenizar os problemas decorridos no mar.


Como Evitar Acidentes

A ocorrência de acidentes com barcos de pesca, pode medida através de um índice, usado internacionalmente:

Pan = Nn / (t * Ne) onde:

Pan = taxa anual de naufrágio
Nn = número de naufrágios registrados
Ne = número de barcos na frota regional e
t = tempo considerado

Vejamos um exemplo:
Em 3,8 anos ocorreram 8 naufrágios numa frota de 450 barcos, logo:
Pan = 8 / (3,8 x 450) = 0,0047

Entre as atitudes que podemos tomar para evitar que ocorram acidentes em barcos de pesca, destacamos:

1 - Operadoras de rádio que fazem contato permanente com suas embarcações (como a Estação Costeira Cabo Frio Rádio) e transmitem informações diárias e reais de tempo, dão notícias da família e prestam socorro.

2 - Órgãos Licenciadores, como a Capitania dos Portos, que fornecem o alvará para licenciamento das embarcações e fiscalizam periodicamente as suas condições de uso.

3 - Cursos de Capacitação dos timoneiros, operadores de máquina e demais membros da tripulação.


EPC e EPI´s


bote

O principal equipamento de proteção coletiva (EPC) é o bote salva-vidas, como o que vemos na imagem ao lado, à bordo de um navio (vê-se a chaminé, ao fundo). Nos barcos menores, com porte igual ou inferior a 20 t de arqueamento bruto (AB), como os barcos pesqueiros, esse bote pode ser menor, de madeira, e vir rebocado por um cabo, atrás do barco maior, na água.

bote inflável

Em outros casos, para diminuir o peso e poupar espaço, pode-se lançar mão de um bote inflável, como o que vemos na imagem aqui ao lado. Ele é comum a bordo de aeronaves, para o caso de pouso forçado na água.

colete salva-vidas

O principal equipamento de proteção individual (EPI) para o pessoal embarcado é o colete salva-vidas, como o da imagem. Pode ser inflável ou não. É obrigatório em qualquer embarcação. Mesmo estando à bordo de um bote salva-vidas, deve-se usar o colete, de preferência, no tamanho adequado ao seu tórax, para não ficar muito incômodo.

Outros EPI´s recomendados para as atividades da pesca e da aquicultura são os seguintes:

  1. chapéu de palha ou boné
  2. protetor solar FS 25 ou superior
  3. luvas grossas (inclusive para manusear peixes e cabos)
  4. botas de borracha de cano longo (quando pisar no fundo do rio)
  5. faca ou facão com bainha de couro
  6. pequeno alicate (para retirada de anzol da própria pele)
  7. pequeno estojo de primeiros socorros
A pesca artesanal (ou extrativa) no Brasil, infelizmente, apresenta limitadas condições de expansão, seja pela falta de políticas públicas, pobreza natural das águas, diminuição dos estoques naturais, sobrepesca, poluição dos mananciais por esgoto doméstico, industrial, agrotóxicos e derramamento (acidental) de óleo de dutos e petroleiros. O nivel de escolaridade do pescador artesanal, muitas vezes é baixo (quando ele não é completamente analfabeto), constituindo-se em mais um entrave para o progresso dessa atividade, outrora pujante.

Por ter sua atuação limitada a poucos metros da praia, graças aos também limitados recursos navegacionais do seu barco, os riscos de acidentes a que estão sujeitos são relativamente menores do que os dos pescadores industriais, mas superiores aos da aquicultura.

curral

As atividades laborais dos pescadores artesanais são bem diversificadas e dependem do tipo de manancial onde atuam (mar, estuário, lago, rio, mangue, etc.), das artes de pesca que utilizam (anzol, espinhel, rede, tarrafa, armadilhas, curral como o da foto ou outro) e do objetivo principal de sua captura (peixes, mariscos, crustáceos, etc.).

rede de pesca

Os riscos de acidentes a que estão expostos são vários, mas podem ser reunidos nos seguintes grupos:

  • Ergonômicos (problemas de postura, em geral, na coluna vertebral)
  • Naturais (incidência de sol sobre a pele, friagem, ventos frios, ondas fortes)
  • Físicos (lesões nas mãos e nos pés, seja por lâminas de corte ou partes duras dos peixes)
  • Químicos (contato com secreções venenosas dos animais ou de petróleo na água)
  • Biológicos (contato com algas do tipo maré-vermelha e coliformes fecais)
peixes perigosos

Por trabalharem descalços e sem luvas, a maioria das lesões ocorrem justamente nos pés e nas mãos. Alguns peixes mais perigosos são:
> raias = picadas dolorosas com seu ferrão;
> peixe-agula = lesões perfutantes (são atraídos pela luz);
> lancetas = espinho na cauda costuma furar as mãos;
> peixes de bico (como o espardate) = lesões perfurantes;
> peixes ósseos (como o bagre da foto e cascudo) = esporão; e
> espinha de peixe, já comido, deixada ao acaso no chão.

anzol

Um instrumento de trabalho inseparável do pescador artesanal é o anzol. Uma curiosidade que aprendi num Curso de Cooperativismo Pesqueiro que fiz na Espanha há alguns anos atrás, é como se deve retirar o anzol que tenha penetrado na pele de um companheiro. Com um alicate, corta-se a cabeça do anzol (onde fica preso à linha) e, simplesmente, dá-se a volta completa, ou seja, com a mão, continua-se a sua trajetória perfurante, até ele sair completamente pela parte que foi cortada.

E já que estamos falando em primeiros socorros, nos casos acima de perfurações por partes duras dos peixes, devemos proceder assim:
1) lavamos bem o ferimento com água limpa (ou até mesmo do mar);
2) lavar com água quente (45 a 50 graus centígrados) por 30 a 90 min (para aliviar a dor);
3) aplicar injeção intravenosa de gluconato de cálcio a 10% (no caso de espasmo muscular);
4) usar anestésicos (lidocaína ou procaína a 2%) para debelar a dor; e
5) tomar antibiótico de largo espectro durante 7 a 21 dias (se infeccionar).
Estas aplicações devem ser feitas, logicamente, por alguém da área de saúde.


Aquicultura

aquicultura

Aquicultura é o cultivo, em área confinada, de peixes, moluscos e crustáceos. A foto ao lado mostra uma série de tanques usados na criação de peixes em cativeiro. Quando os animais ficam confinados em dispositivos (tipo rede ou gaiola) colocados no mar (veja, na foto abaixo, uma criação de mexilhões no litoral de Santa Catarina), chama-se de Maricultura, que é o caso de alguns mariscos, como a ostra e o mexilhão.

ostras

A exploração racional do potencial da aquacultura e dos recursos pesqueiros viabilizam uma alternativa plausível para a solução do problema da fome. O Brasil em geral e o Nordeste em particular, possuem um imenso potencial para essa atividade, na quase totalidade dos seus diferentes ecossistemas marinho, estuarino, lacustre e fluvial.

carcinocultura

A criação de camarão em cativeiro chama-se Carcinocultura e está indo de vento em popa no Nordeste brasileiro, com a produção quase toda comprometida para exportação, principalmente para os Estados Unidos. Aliás, nas costas do Amapá, localiza-se um dos maiores bancos camaroneiros (naturais, e não fruto da Aquicultura) do mundo, graças à riqueza em nutrientes das águas da foz do Rio Amazonas.

Dentre todas as atividades ligadas à captura e criação de peixes, moluscos e crustáceos, a Aquicultura (felizmente) é aquela que apresenta os menores riscos de acidentes, pelo menos para os seres humanos. Entretanto, cada vez mais, há uma preocupação com a degradação do Meio Ambiente. Uma das razões para isso é a aplicação da ração, que aumentando a riqueza das águas, contribui para a sua eutrofização.

ostras

Assim como na pesca artesanal, na Aquicultura, os trabalhadores também estão expostos a riscos de natureza física, química e biológica, mas em escala bem menor. Uma preocupação constante são os problemas de postura, ou seja, os riscos ergonômicos. Veja na foto ao lado: um homem, curvado, retira do mar uma fieira de mariscos com um peso bem maior do que o deveria suportar. Na mesma imagem, ao fundo à direita e em cima, pontos pretos no mar, que são as boias para indicar onde estão semeadas estas fieiras.

fonte: http://www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/pesaq.htm